Uma das três leis sistêmicas, desenvolvidas por Bert Hellinger e que formam a base da Constelação Familiar criada por ele, é o equilíbrio entre o dar e receber amor.
Isso significa que as relações humanas estabelecidas entre adultos, em toda a sua existência, só podem ser harmoniosas se forem baseadas em trocas justas e equilibradas.
Pensemos nessa relação em termos atuais. Vivemos um período histórico em que a humanidade se tornou extremamente egoísta: há um senso de exigência em relação ao outro cada vez menos negociável e uma crescente insatisfação, geradora de irritação, raiva e estresse.
Já pararam para analisar o quanto exigimos que os outros cumpram as nossas expectativas? Exigimos – nem sempre com respeito - dos filhos, dos maridos e das esposas, dos amigos, dos pais, professores, médicos, atendentes, políticos, vizinhos, colegas de trabalho, dos governos, dos líderes religiosos, de Deus. O tempo todo queremos alguém que nos atenda prontamente, assim como na infância.
Entretanto, seria interessante também se perguntar: será que você está ofertando aos outros tantos quanto exige? Oferecendo de si não somente para cumprir um dever ou para ter poder sobre aqueles que se colocam em dívida, mas doando algo bom, de modo espontâneo e generoso, como um cumprimento amistoso, uma escuta atenta, um telefonema sempre adiado, um sorriso, uma gentileza, um pedido de desculpas?
A atual situação tem nos colocado em um lugar de humildade, de onde nos vemos frágeis e limitados, tendo de lidar com situações inusitadas, em que a única coisa que pode nos salvar, não desta pandemia em si, mas da solidão e da falta de sentido, é a troca equilibrada entre o que se oferece e aceita receber.
